sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

O Preço das Coisas

Sentada de frente do mar eu estava
De costas para o que era pequeno, o que era menor
Que a imensidão azul que me governa
Formações nebulosas acinzentadas dançavam no céu
E o vento majestoso me atingiu como um tapa
Levando meus cabelos a correr pro lado esquerdo

Logo as nuvens nebulosas brindavam suas taças
E a chuva que caía era a sobra que caía do céu
Meu corpo ainda quente impactou em recebê-la
E meus olhos, que sempre foram cúmplices do céu
Derramaram também a sobra que havia em mim
A sobra de julgamento, a sobra de rancor

Minhas mãos batiam consecutivamente a areia
Como se pudessem sová-la como um pão
O preço das lembranças ruins aportou em mim
Tudo o que minha caixinha vermelha guardava
Espalhara-se com violência na beira mar
E agora, como poderia eu conter minha fúria?

Foi quando senti ao longe, na diagonal direita do meu corpo
Passos macios na areia, pegadas fortes e decididas
Em um balançar de braços ritmados ao longo do corpo
Olhos que vinham fixando a minha imagem
E quando chegou bem perto
Apertou meus ombros com as mãos fortes

Senti seu corpo tocando o meu
Ele se sobrepôs como num encaixe mágico
Enlaçou seus braços a minha volta
E um grande clarão brilhou em frente ao mar
Aquele oceano de sentimentos explodiu aos meus olhos
E ao girar meu corpo entendi...era você o preço das coisas.

2 comentários:

  1. Um texto mágico,momento mágico e perfeito,como é bom saber que existem pessoas que sintam aromas e beijos,onde se enxerga tapas e facas.O mundo é perfeito basta cada um saber obser esses pequenos e singelos sinais.Perfeito gêmeaaaaaaaa.

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  2. Muito Legal Thais !!! e me lembra muito o estilo das letras das poesias musicais do lendário Jimi Hendrix do qual sou fã de carteirinha ... pela primeira vez vejo alguém expressar poesias como ele ! Parabéns!!!
    Carlos (Colega da Ângela)

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