domingo, 31 de maio de 2009

Estranho, o conhecido destino


Ia caminhando sozinha pela velha estrada de terra
Carregando comigo muitas bagagens
Levava meus objetos de metal que arrastavam pelo chão e ao longo do caminho batiam em pedrinhas que atravessavam meu caminho
Em todo aquele caminho só se podia ouvir aquele pequeno e onipresente barulho
O sol que escaldava minha testa e cerrava de quando em quando meus olhos não era barrado por árvore alguma
Ninguém intencionava produzir sua sombra e naquele dia ninguém o fez
Meus pés, cansados das pegadas, arrastavam-se pela terra seca que se seguia em frente
E sem olhar pra trás eu seguia
Ao longe eu vi outro viajante do tempo
Ele percorria a mesma estrada do lado oposto do meu
Seus cabelos voavam com um vento que eu não sentia
E ao invés de olhos cerrados pelo sol ele trazia um largo sorriso nos lábios
Eu, que a muito caminhava na mesma direção buscando algo que nem ao menos sabia
Ao passar pelo viajante senti aquele vazio da viagem se dissipar
Foi como se o meu sol esfriasse com todo aquele vento que ele trazia
E pude então sentir a paz
Quis juntar-me a ele e ele apenas sorria
Era uma escolha minha
Podia seguir em frente, sem olhar para trás, sem saber o que perderia o que deixaria pelo caminho, ou deveria voltar. Eu teria que regressar até o verdadeiro início da minha jornada para poder segui-lo. Que grande ensinamento esse viajante teria para me transmitir para que me fizesse olhar pra trás e começar do ponto de partida?Aqui estou eu, de mãos dadas com o viajante. Hoje interpretamos nossos verdadeiros papéis e caminhamos na mesma direção. O viajante era o meu próprio destino, que eu insistia em negar. O impressionante é que mesmo depois de eu ter desistido dele, quando cruzou novamente comigo na estrada da vida, ele simplesmente sorriu!

Um comentário:

  1. Parece que fui colocado diante de um enorme espelhoe como pessoas que vivem tão longe podem ser tão parecidas?Texto perfeitoooooooo

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